Perspectivas sobre Agostinho da Silva na Imprensa Portuguesa

Perspectivas sobre Agostinho da Silva na Imprensa Portuguesa

Fechámos ontem o ciclo que, em Junho, dedicámos a Agostinho da Silva. No centro da conversa estava o livro Perspectivas sobre Agostinho da Silva na Imprensa Portuguesa, de Renato Epifânio (RE).

RE começou por explicar que tomou contacto pela primeira vez com a figura de Agostinho da Silva através do programa televisivo «Conversas Vadias», tendo ficado, nesse primeiro momento, com uma impressão menos boa. O formato do programa – ou mesmo o modo de fazer televisivo em geral – não favoreciam, em alguém como Agostinho da Silva, uma explanação de ideias sólida, congruente e completamente compreensível. Só mais tarde, durante o seu curso de Filosofia – e, posteriormente, com a entrada na Associação Agostinho da Silva –, RE veio a aproximar-se da filosofia portuguesa e, em particular, da obra e figura de Agostinho da Silva.

O livro em debate resultou justamente desse contacto com o espólio da Associação e com a surpreendente constatação de que a presença de Agostinho da Silva na imprensa é, desde os anos 1920, quando frequentava a Faculdade de Letras do Porto, até ao seu falecimento, nos anos 1990, constante. O livro vai mesmo um pouco mais longe, até às comemorações do centenário de Agostinho da Silva, em 2006. Está dividido em sete partes, dando conta das «sete vidas de Agostinho», desde a sua juventude e início da idade adulta em Portugal, aos 25 anos no Brasil, até ao seu regresso a Portugal, no início dos nos 1970, e às suas últimas duas décadas e meia de vida.

Em cada uma das «sete vidas» há uma permanente presença de Agostinho na imprensa, seja através de textos escritos pelo próprio seja por via de referências ao seu pensamento e actividade. A recolha e organização de todo este material permite-nos, portanto, fazer uma digressão muito produtiva pela evolução do pensamento de Agostinho da Silva, bem como pelas polémicas em que se envolveu ou os assuntos públicos, académicos ou filosóficos em que interveio, mas também pelo modo como foi sendo olhado pela sociedade portuguesa e a influência que teve.