Primeiros Abalos

Ao longo das estações, formámos desfiles coloridos, armados com pás, megafones e trituradores, vestidos com fatos de trabalho e macacões brancos, escoltados por pássaros gigantes… Atravessámos campos e planícies, percorremos vales industriais e pistas de asfalto de fábricas – e chegámos mesmo a roçar os picos alpinos. Erguemo-nos para defender a terra e os seus usos comuns. Contra as megabacias, as pedreiras, a betonização e os especuladores da terra, queremos difundir os gestos de bloqueio, de ocupação e de desarmamento, para desmantelar as cadeias tóxicas. Sublevamo-nos porque não esperamos nada de quem governa a catástrofe.  Sublevamo-nos porque acreditamos na nossa capacidade de agir. Durante séculos, de norte a sul, os movimentos populares têm lutado para defender uma ideia simples: a terra e a água pertencem a todos, ou talvez a ninguém. Os Soulèvements de la terre não estão a inventar nada de novo, ou muito pouco. Trata-se de um regresso a uma convicção que nunca deveríamos ter abandonado. Os Soulèvements de la terre são uma tentativa de construir uma rede de lutas locais e, ao mesmo tempo, dar impulso a um movimento mais vasto de resistência e de redistribuição da terra. É o desejo de estabelecer um verdadeiro equilíbrio de forças com o objetivo de arrancar a terra à devastação da indústria e do mercado.

autor/a
editora
ano de publicação 2025

21,15 

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