Contos

«Editar os contos de Orlanda Amarílis é ir ao interior de um vulcão e escutar a lava de quem, ao longo de tantas vidas, foi feito de silêncio. O apagamento de vários anos que desejamos que se subverta é não só aquele que recai sobre a obra da autora editada: são as vidas ficcionadas que desfilam e são mapeadas em seus contos, desfazendo fantasmas e vazios para compreender uma raiz que, afinal, é mesmo impossível de arrancar. Orlanda Amarílis descreve os lugares e as personagens pela linguagem, fá-las serem absolutamente transversais, imaginadas mas reais. Os apontamentos de palavras em crioulo cabo-verdiano não formam frases, antes expressões idiomáticas. Ao longo das leituras, perguntámo-nos muitas vezes em que língua teria escrito hoje Orlanda Amarílis, depois de a língua cabo-verdiana se ter afirmado além do crioulo, sob o ponto de vista político. Talvez estes contos não fossem património da língua portuguesa. Não sabemos. Não saberemos. Se o são, que nos sirvam o pensamento coevo para perspetivar o peso colonial sobre o corpo desta obra e de cada uma das suas personagens.» (Do prefácio de Cátia Terrinca e Ricardo Boléo)

 

Livro integrado na colecção Ventriloquia, parceria com Um Colectivo.

ano de publicação 2024
autor/a
editora
n.º de páginas 432

15,00 

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